QUEM COMUNICA SE ESTRUMBICA!

Por qualquer que seja o meio e o jeito, o ato de comunicar é inerente a todo o ser humano. Talvez por sermos bizarros, a sociedade humana conferiu à comunicação e à liberdade de expressão a categoria de direito, tamanha é capacidade da nossa célebre espécie em negar aquilo que nos é natural. Mais incrível ainda é que, mesmo assim, o desrespeito aos direitos humanos é cotidiano em nossas vidas.

Quando falamos em comunicação, não estamos falando dessa parafernália toda aí de grandes emissoras de TV, rádio, jornais e sites. Isso aí não é comunicar. Para nós, comunicar implica o diálogo horizontal entre seres humanos. A troca de experiências e de conhecimentos horizontalmente é o que move os ideais de uma comunicação livre, e não uma profusão de informações que se acumulam a partir de um único transmissor – lógica irracional que possui o sentido do capital.

Negamos as relações verticais nos meios de comunicação livre: Não há editor chefe ou patrão que dite todo o conteúdo do meio de comunicação; rejeitamos a verticalidade nas decisões do coletivo, comum nos meios de comunicação comerciais. A prática na comunicação livre é coletiva e é autogestionária….

 

A RÁDIO VÁRZEA LIVRE DO RIO PINHEIROS (107, 1 fm)

Fazer rádio livre não é caçar ouvintes, não é se preocupar com quantos estão ouvindo cada música, cada ideia, se assim fosse não valeria a pena (sabemos que não atingimos multidões com nossos parcos e fracos equipamentos). Se estivéssemos em busca de audiência deveríamos antes de tudo ter um daqueles medidores de ibope como tem os Gugus, as novelas e os JNs da vida. Fazer rádio livre é buscar, angariar a liberdade em um mundo de repressão: é lutar contra contra o famoso (e tenebroso!!!) latifúndio eletromagnético. As rádios livres só existem porque sabem sentem que não há liberdade!

A Rádio Várzea é só mais uma (mas não é só uma) nessa luta. Como qualquer várzea ela enche e esvazia com as cheias e secas, ela não é constante (quem se pretende constante é a Globo, Record e todas as outras com seus padrões mercadológicos de “”“qualidade”””). Mas como qualquer rio, o nosso também transborda e nossa enchente leva nomes como Osama Bin Reggae, ocupação da freqüência da rádio Bandeirantes no meio de um jogo de futebol (2005), em que foi lido um manifesto, corres com Fábricas ocupadas, com Sem tetos e Sem terra, oficinas pela cidade, ajuda na montagem de rádios, entre tantas outras fitas. É tru, nosso rio também bagunça quando transborda…

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acesse o site da Radio Varzea Livre

 

abrazzz

 

Zolé

 

 

 

 

 


O que proponho a tratar neste texto não justifica os atos cometidos contra o jogador do Palmeiras, mas busca entender tais atos. O que me levou à pensar e depois tentar organizar no papel essas idéias foi a fala do idiota do Galvão dizendo que não são torcedores. São torcedores sim, seu merda!!!

O torcedor vai ao estádio, compra os produtos do clube, sofre com as derrotas, festeja as vitorias e tudo mais. Do outro lado, o clube trata o torcedor como lixo. Ingressos caros, futebol como negociatas, torcedor em ultimo plano. Quando a razão de existir de um clube deixa de ser o seu torcedor para ser o capital que movimenta o futebol moderno, temos três tipos de torcedores.

Os primeiros – minoria- são os que passam a lutar contra o futebol moderno, criando associações de torcedores pra fazer pressão nos dirigente, passam a criticar sempre que possível os efeitos nefastos da relação capitalismo-futebol, buscam a criação de espaços e ferramentas de combate a esse modelo de futebol, criam outras relações com o próprio esporte, tais torcedores promovem uma politização – critica do futebol. Devida, ótima e anticapitalista, onde o torcedor procura colocar-se como sujeito de sua paixão, pelo clube, mas sobre tudo, pelo futebol.

O segundo são os “torcedores de sofá” que não ligam, assistem pela tv e foda-se, esses são maioria e compõem o perfil desejado pelas emissoras de tv e clubes que ganham rios de dinheiro com a venda dos direitos de imagem, o que em grande parte explica, dentre outras coisas, o descaso com o torcedor de estádio, sobre tudo nos setores populares desses espaços e a elitização dos mesmos.

E por ultimo, temos os torcedores que levados pela paixão ao futebol e ódio a sua modernização, mesmo que não tenham plena consciência desse processo e seus desdobramentos, que por “n” motivos não possuem experiências políticas para se organizar entorno da defesa de suas paixões e desejos, em grande parte pertencente das classes medias e baixas, no turbilhão que se encontram suas paixões não correspondidas, as frustrações de um mundo que não lhes oferece mais do que a opção de serem espectadores em um espetáculo do capital e seus agentes, espetáculo esse reforça a idéia de que somente os possuidores do capital – material e/ou intelectual – podem ser sujeitos. Esses torcedores recorrem à violência, pois nenhuma outra forma de atuação para que se tornem protagonistas de suas paixões e desejos lhes foi apresentada, desde muito esses grupos são privados de experiências para lidar com o mundo, de linguagem para fazer frente à constante expropriação de todos os âmbitos de suas vidas. Seu esporte, não é mais seu, seu clube não é mais seu, bem como sua cultura, religião, o produto de seu trabalho, etc. Obviamente, esse processo de expropriação, como roubo que é, tende a ser violento.

Enfim, temos que ir alem do simples julgamento moral, não somos padres. Temos que pensar essas questões a luz das ótimas ferramentas que tivemos o privilegio de adquirir, é isso ou perdemos a razão de ser. É isso galera, agora toca discutir isso ai porque é assim que aprendemos.

Bjos pra todo mundo. Dimas.